domingo, 7 de novembro de 2010

Então, perdido em NY encontra-se

O QUE SE PERDE

Ah, minha doce inocência, quem turvou teu alvo espectro?
Quando em ti, serena,
esperei a calmaria
que, supus, acalmaria
a rigidez soluçante da pena.

Ah, minha doce inocência, quem molhou teu terno leito?
Quando em ti, acolhedora,
esperei pelo regaço
onde depositaria meu cansaço,
abandonado numa manjedoura.

Ah, minha doce inocência, quem plantou rugas em tua úmida face?
Quando em ti, singela,
subverti toda a lei,
em vão te procurei,
mesmo no riso de Marcela.

Ah, minha doce inocência, quem profanou teu santuário?
Quando em ti, casta,
a vida entreguei à sorte,
da vida esperando a morte,
nesta planície longa e vasta.